O pesquisador pernambucano identificou que os processos modernos de comunicação massiva eram reminiscências do período medieval-europeu, transportadas pelos colonizadores lusitanos e historicamente aculturadas, aparentando uma espécie de continuum simbólico. Esses veículos folkcomunicaionais, mesmo artesanais, agiam apenas como retransmissores das informações e das mensagens disseminados pela indústria de comunicação, o que não contemplava a interação entre os agentes populares e os meios massivos, essa interação resultava em uma re-intrepretação das mensagens e informações transmitidas pelos meios massivos dos agentes populares.
A partir de 1967, os grupos marginalizados da sociedade passaram a ser estudados, seus processos de intercâmbio de informações e seus mecanismos de apropriação da cultura tiveram espaço no seleto campo das ciências. E os estudos de Beltrão, ganharam visibilidade e reverencia do maior folclorista brasileiro, Luís da Câmara Cascudo. Os incentivos do Mestre Cascudo foram fundamentais para a continuação da pesquisa.