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COLÓQUIO “A ARTE E O PATRIMÔNIO CULTURAL” 5 – AGOSTO | 08:00 – 11 – AGOSTO | 22:00
”Entre os dias 5 e 11 de agosto será realizado o evento que congrega o aniversário de 20 (vinte) anos do Grupo de Estudos sobre Cibermuseus (GREC) e os 10 (dez) anos de aprovação pela CAPES do Programa de Pós-graduação em Museologia da UFBA (PPGMUSEU). O evento é aberto ao público. A programação inclui o colóquio Colóquio “A arte e o patrimônio cultural”, minicurso e as palestras, que terão limite de público e disponibilizarão, dentro do prazo da PROEXT, certificados. O minicurso, inclusive, aproveitará a sua carga horária para aproveitamento de atividade aos alunos do PPGMUSEU.”
”[…] É tanto uma figura de desejo, por seu corpo musculoso e atraente, quanto um semelhante que foi violentado e morto por ser quem era.” (FERNANDEZ, 2001)
Acervo NPE
Em 28 de junho de 1969, policiais entraram no Stonewall, bar gay em Nova Iorque, e prenderam e agrediram funcionários e consumidores. Naquela época, apesar da circulação de ideias progressistas na região, as leis contra homossexuais eram rígidas, colocando em risco aqueles que ousavam demonstrar afeto não heterossexual em público. Uma multidão se revoltou e protestou contra a polícia, episódio que se tornou um marco para o movimento, tornando o dia 28 de junho O Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+.
Essa história de resistência e luta encontrou identificação simbólica na história de um ícone muito conhecido na cultura católica, o São Sebastião. São Sebastião nasceu em Narbona, na França, no ano de 256 da Era Cristã, o seu nome deriva do grego sebastós, que significa divino, venerável. Ainda jovem, mudou-se com a família para Milão, na Itália, cidade de sua mãe. Alistou-se no exército de Roma e tornou-se o soldado predileto do imperador Diocleciano. Conquistou o posto de comandante da Guarda Pretoriana. São Sebastião foi um mártir dos primeiros séculos da igreja cristã, por professar e não renegar sua fé em Cristo. Quando sua fé em Cristo foi descoberta, seu chefe condenou-o à morte: seria executado a flechadas. O Santo foi condenado à morte por flechadas por não renegar sua fé. Segundo a historiografia, São Sebastião não morreu pelas flechas, mas sim espancado por soldados romanos, e jogado em algum esgoto de Roma. Todavia, o martírio de São Sebastião foi fartamente representado na Renascença européia, de norte a sul, por artistas como Hans Memling, Antonello da Messina, Giovanni Bellini, Sandro Botticelli, Albert Dürer, entre outros, em sua suposta morte por flechas, seminu, voluptuoso e andrógino (SANTOS 2016). Durante a renascença a imagem de São Sebastião foi amplamente erotizada. Nesta perspectiva, torna-se procedente pensar sobre a iconografia religiosa deste santo, bem como sobre as suas diferentes apropriações históricas, inclusive como ícone religioso que adere ao universo cultural homoerótico, principalmente na contemporaneidade artística ( 2016).
Segundo Dominique Fernandez (2001), foi o poema Martírio de São Sebastião (1911), de Gabriele D’Annunzio (1863-1938), posteriormente musicado por Claude Debussy, que fez emergir uma devoção assumidamente homoerótica ao Santo. Dessa forma, todas as representações do São Sebastião começaram a servir de referência para os homossexuais. É tanto uma figura de desejo, por seu corpo musculoso e atraente, quanto um semelhante que foi violentado e morto por ser quem era. A representação do São Sebastião é também fruto de uma hibridação cultural (CANCLINI 1990), de processos de apropriação da cultura religiosa pela cultura popular que se expande junto com a auto-compreensão social, cultural e política, primordialmente das minorias.
Este ícone católico transgressor foi incorporado pela cultura LGBTQIA+ como símbolo de resistência e luta, e participa do fortalecimento dos discursos e das apropriações da cultura popular, e também pode ser visto como um veículo de comunicação para produzir e reproduzir reflexões acerca das problemáticas sociais.
Referências
CANCLINI, Néstor García. La modernidad después de la posmodernidad. In: BELUZZO, Ana Maria de Moraes (Org.). Modernidade: vanguardas artísticas na América Latina. São Paulo: Memorial da América Latina, 1990.
SANTOS, Alexandre.Tensionamentos entre religião, erotismo e arte: o Martírio de São Sebastião. PORTO ARTE. Porto Alegre: PPGAV/UFRGS, v. 21, n. 35, maio 2016
FERNANDEZ, Dominique. L’amour qui ose dire son nom: art et homosexualité. Paris: Éditions Stock, 2001.
Fernández, Leonardo 2005 “Homofobia arruína vidas: não vamos permitir”, diversidade, não. 12, “Direitos Humanos e Minorias Sexuais”, Anistia Internacional, documento mimeografado.
1992. Esse ano marcou o início do Mestrado em Artes Visuais, da EBA/UFBA. Selecionava-se a primeira turma para dar vida concreta a um programa de pós-graduação stricto sensu em Artes na Bahia. Entre os vários candidatos estava um jovem museólogo recém-formado, José Claudio, concorrendo com vários professores da EBA e outros inscritos de unidades diversas da mesma Universidade. Tinha como proposta de dissertação estudar os ex-votos do Santuário de Bom Jesus da Lapa. Aprovado, iniciou a trajetória que, com o transcorrer dos anos, só fez enriquecer seus conhecimentos e a cultura baiana, insistentemente focando os ex-votos como tema. E não só isso, é hoje professor da Graduação e, junto com outros docentes, criador do PPGMUSEU, da FFCH/UFBA. No início desse percurso, tive a honra de ser sua orientadora e, nesse sentido, o sucesso de José Claudio é, na verdade, um pouco de meu sucesso, pois nós, os docentes, temos como objetivo de trabalho formar profissionais capazes, ativos e produtivos intelectualmente.
Texto por: Dra. Maria Helena Matue Ochi Flexor.
”A imagem de uma mulher morta, vestida de vermelho e com seu bebê ainda no colo, hoje se funde com a paixão albiceleste. As histórias envolvendo a seleção da Argentina e uma quase bicentenária manifestação de fé se unem em San Juan, palco do clássico contra o Brasil, hoje, a partir das 20h30 (de Brasília), pelas Eliminatórias da Copa do Mundo.
No meio do deserto dessa província do interior, que faz fronteira com o Chile, um ponto de parada nada luxuoso e árido passou a reunir, ao longo de mais de um século, símbolos de gratidão a uma figura religiosa que nasceu do seio do povo, a Defunta Correa.
Quem nela acredita dá crédito por graças recebidas. De toda a natureza. Carros, casas, motos, casamentos, conquistas profissionais e até títulos do futebol. Pelas escadas por onde passavam, em média, antes da pandemia, cerca de 1 milhão de pessoas por ano, também andou —inclusive de joelhos— o presidente da Associação do Futebol Argentino (AFA), Claudio Tapia.
Pelas mãos dele, até a taça da Copa América já foi parar ao lado da imagem dessa mulher sobre a qual pouco se sabe, mas que é alvo de uma devoção que extrapola os limites de San Juan. Ou seja, ao menos uma vitória sobre a seleção brasileira —derrotada na final deste ano, no Maracanã— já caiu na conta da Defunta.”
Colegas da Museologia, os já formados, principalmente já com mestrado.
O edital foi publicado do Diário Oficial ontem (https://concursos.ufba.br/sites/concursos.ufba.br/files/docentes/edital_docente_01_2021_para_o_site.pdf), a FFCH deve publicar o específico em seguida, que conta com a Museologia. 1 vaga. Prazo de realização, entre final de dezembro 2021 e maio de 2022.