Escultura – Identificação iconográfica

1. POSTURA

Linhas mestras da composição e estilística. Figura de pé ou apoiada em uma perna ou em um objeto. Sentada, onde e como. Ajoelhada. Posição dos braços (trazendo ou não um objeto). Medida da cabeça com relação ao corpo, ou seja: cânone de quantas cabeças. Cabeça voltada para que direção.

2. ROSTO E TRAÇOS FACIAIS

2.1. ROSTO

Oval (simples, afinado no queixo, arredondado, quadrado, alongado, com morfologia triangular determinada pela barba, modelado). Quadrado. Alongado. Redondo, terminado em ponta.

2.2. ORELHA

Coberta. Descoberta. Parcialmente coberta. Pequena. Grande. Em forma de abano. Alongada.

2.3. CABELOS

Curtos. Longos. Caindo em cachos naturais. Com mechas. De formato natural ou estilizado. Partidos ao meio. Caindo sobre os ombros. De penteado arredondado. Com coque. Terminando de forma triangular. Encaracolados. Cacheados. De fios marcados ou não. Com calva, usada por monges.

2.4. SOBRANCELHAS

Arqueadas, retas, finas, grossas, ligeiramente arqueadas.

2.5. OLHOS

Pintados ou de vidro, na cor negra, castanha, verde, azul. Brilhantes ou foscos. De formação oriental. Olhar dirigido para baixo ou para cima. Olhos esbugalhados.

2.6. NARIZ

Reto. Fino. Grosso. Afilado. Arrebitado. Narinas alongadas.

2.7. BOCA

Pequena. Normal. Grande. Fechada. Entreaberta. Lábios levantados no canto da boca, esboçando um sorriso, Bem desenhada. Lábios grossos, finos, cheios, carnudos.

2.8. QUEIXO

Fino. Pontudo. Proeminente, com ou sem covinha.

2.9. PESCOÇO

Comprido. Curto. Roliço, bem torneado. Grosso.

2.10. BIGODE E BARBA

Ralo. Espesso. Terminando em ponta, voltada para baixo ou para cima. Barba longa, curta, partida ao meio, trabalhada em mecha ou em fios; com ou sem mechas encaracoladas, cacheadas. Obs.: Quando sem a barba, diz-se imberbe.

2.11. EXPRESSÃO FISIONÔMICA

Alegre. Triste. Contemplativa. Em êxtase. Doce. Plácida. Benevolente. Serena, Resignada, Sofrida. 

2.12. CARNAÇÃO:

Clara. Escura. Creme-clara. Creme, corada nas faces. Ocre avermelhada. Rósea. Creme-escurecida. Amarelada.

2.13. POSTURA DOS BRAÇOS E MÃOS

2.13.1. Braços separados. Presos ao tórax. Cruzados. Dobrados sobre os ombros em forma de cruz. Inclinados para algum lado. Fletidos simetricamente. Em posição elevada. Caídos. Levantados.

2.13.2. Mãos longas. Curtas. Abertas. Entreabertas. Fechadas. Postas em oração. Com ossos metacarpeanos visíveis. Fechadas segurando ou não um objeto. Dedos roliços. Dedos magros. Dedos flexionados. Atadas uma sobre a outra. Com ou sem covinhas no dorso e unhas definidas. Espalmadas, com dedos abertos ou fechados.

2.14. MEMBROS INFERIORESPernas retas paralelas. Perna direita ou esquerda flexionada. De joelhos. Pernas longas ou curtas, uma ereta ou flexionada. Pés calçados. Calçados com sandálias, deixando ou não os dedos aparentes. Com sapatos. Botas de pano curto ou longo. Sapatos fechados ou abertos. Pés descalços.

3. PANEJAMENTO

3.1. ALVA

É a veste talar de “pano branco”, que fica sob o manto, em forma de túnica, com mangas estreitas Desce até o chão, porém, puxado, enrolado para cima por um cíngulo (espécie de cordão). A alva é sinônima de pureza; do ressuscitado.

3.2. ASPERGE

Capa similar ao manto grande, sem pregas e acolchetado, com uma peça, em forma de escudo nas costas, na qual se acha, freqüentemente, um monograma mais ou menos ricamente bordado, e com tiras verticais, simples ou bordadas, nos dois lados da frente.

3.3.BÁCULO

Símbolo do pastor. Desde a Antigüidade judia. Bastão encimado por uma curvatura, que o bispo diocesano usa na mão esquerda, nas funções litúrgicas solenes.

3.4. BATINA

Veste talar (que chega até os calcanhares) dos eclesiásticos.

3.6. CAPA PLUVIAL

(v. Asperge).

3.7. CAPUZ

É a peça de pano que resguarda a cabeça, geralmente presa ao casaco; hábito tradicional do monge capuchinho (marrom) e beneditino (preto). Conhecido também por capa.

3.8. CASULA

Usada no período da passagem do românico para o gótico. É a veste do sacerdote na celebração da Missa.

3.9. DALMÁTICA

A partir de 1965, com a reforma litúrgica, que passou a usar somente a alva, a estola e a casula. É a veste superior usada pelos diáconos.

3.10. ESCAPULÁRIO

É a tira de pano que frades e freiras de algumas ordens usam sobre os ombros, pendente sobre o peito.

3. 11. ESTOLA

Diferente do escapulário, a estola significa o poder sacerdotal. É o paramento em forma de tira comprida, de 8 a 10 cm de largura, geralmente mais larga nas extremidades, com cruz no meio ou também nas pontas.

3. 12. HÁBITO

É o traje ou vestido, especialmente o distintivo dos eclesiásticos e congregações religiosas, que muitos dos santos são retratados para caracterizar uma ordem ou o ato litúrgico.

3.12.1. Ordens: carmelita, franciscana, dominicana, beneditina…

3.12.2. Tipos de vestes litúrgicas.

Cor. Decoração.

3.13.MANTILHA DE FREIRA

(v. véu)

3.14. MANTO

É preso por broche. Cai ou não sobre os ombros e braços. Possui movimento frontal e posterior. Cor e decoração, inclusive do forro. O movimento (esvoaçante ou não) dependerá da época da escultura.

3.15. MITRA

Passou a ser usada na Igreja em 313 com a Pax Eclesian de Constantino, quando a partir de então os bispos passaram a gozar dos mesmos privilégios principescos. Representa a dignidade para os bispos, o Poder para os princípios. É o ornato litúrgico da cabeça dos cardeais, bispos, abades, cônegos etc., que tenham autorização especial da Santa Sé.

3.16. PEANHA

Simples. Chanfrada, com determinada quantidade de lados. Piramidal com determinada quantidade de lados. Aglomerado de nuvens. Composta de globo terrestre envolto em nuvens com ou sem cabeça(s) de anjo(s) disposta(s) de maneira tal. Encimada por almofada com bilros nas extremidades. Baixa octogonal. Faces planas ou inclinadas. Pintura lisa, com ou sem friso dourado. Pintura marmorizada, com determinada cromatização.

3.17. SOBREPELIZ

Usada por cima da batina branca, com ou sem mangas.

3.18. TÚNICA

Comprida e ajustada ao corpo. Possui ainda as seguintes características:

Tipo de gola. Friso dourado ou pintado. Cintada ou não. Com ou sem nó de duas pontas. Cor. Com ou sem drapejado (disposto em grandes pregas). Longa ou curta. Pregueamento até os pés (ou não). Roçagante (roçar ou arrastar-se pelo chão). Cintura blusada (larga, leve). Estofada a ouro ou lisa. Descrição da douração e dos ornamentos: fitomorfa naturalista ou estilizada. Cores. Terminada em zig-zag ou friso. Mangas curtas, longas. Punho dourado, deixando aparecer veste interna etc.

3.19. TUNICELA

Mesmo modelo da dalmática, sendo muito maior. É uma espécie de túnica do subdiácono, hoje em tudo igual à dalmática do diácono, da qual é a imitação desde a sua origem no século VI.

3.20. VÉU

É o objeto com que se cobre o rosto ou parte dele. Também denominado de Mantilha de freira. Geralmente movimentado e esvoaçante. Pode ser curto ou longo, com ou sem ondulações. Pode ser longo, curto ou retilíneo. O movimento (esvoaçante ou não) dependerá da época da escultura.

ALGUNS PARAMENTOS, MAIS APLICADOS EM DESCRIÇÕES DE ALFAIAS ( [1] ).


4. FIGURAS SECUNDÁRIAS

Tomam-se as medidas e faz-se uma descrição resumida da peça.

5. ATRIBUTOS E OURIVESARIA

Descreve-se o material de que são constituídos (madeira, ouro, prata, marfim, metal…). Em peças elaboradas de ourivesaria, descreve-se a técnica (se batida, puxada, repuxada, cinzelada, gravada) e o tipo de pedras preciosas ou semipreciosas. Estão incluídos nesta classificação: cajados, cruzes, livros, balanças, espadas, palmas, coroas, resplendores, estandartes…

[1] Embora se possa utilizar na imaginária.