Chalma

SANTUÁRIO DE CHALMA

Igreja do santuário de Chalma

Chalma é uma pequena comunidade, que faz parte do município de Malinalco, Estado do México. A população é quase totalmente dedicada aos peregrinos, que  visitam o Santuário de Chalma, o segundo local de peregrinação mais importante do México. O santuário é dedicado a uma imagem descrita como um “Cristo preto”, na cruz. Que possui uma lenda que diz que, milagrosamente a imagem apareceu em uma caverna. A área onde o culto a uma divindade conhecida como Oxtoteotl costumava ocorrer.

Mas na verdade, Oxtoteotl é um aspecto de Tezcatlipoca, o “Smoking Mirror, ou espelho de fumaça “, e o “Cristo preto” é realmente Tezcatlipoca, que os frades espanhóis se apropriaram e usaram, a fim de converter os nativos. As Peregrinações ao Senhor de Chalma seguem muitos dos padrões dos rituais pré-hispânicos, incluindo passagem por alguns caminhos. O local também é abençoado e banhado pelas águas de uma nascente de água doce.

As peregrinações ocorrem principalmente em treze festivais ao longo do ano, a mais importante delas é em janeiro, no 6º dia da Epifania, na quarta feira de cinzas, na primeira sexta-feira da Quaresma, na Páscoa, no Pentecostes. O dia consagrado ao Senhor de Chalma é 1º de julho. No dia 28 de agosto, há intensa festa para o Santo Agostinho. E o dia 29 de setembro é reservado para São Miguel Arcanjo e Navidade.

No dia 9 de dezembro, após diversas tentativas de chegar a Nativitas, buscamos o roteiro inverso, que nos levasse a Chalma, um dos objetivos do Projeto. Duas horas de ônibus, um caminho repleto de comunidades pequenas, com pequenas igrejas e feiras com artigos religiosos, chegamos a Chalma.

Uma suntuosa igreja do século XVIII, que mostra a sua monumentalidade e grandiosidade, num estilo que próprio. Foi iniciada em 1756 e finalizada apenas em 1758.

Ao seu lado direito está a primeira sala de milagres, junto com um queimador de velas. A sala muito pequena, com um mural, que possuia, no dia da pesquisa, os famosos milagritos, fotos, cartas, contas e fitas. A sala de milagres principal fica aos fundos da igreja. Nela, uma riqueza pictórica junta a muitas fotos, poucos bilhetes e objetos avulsos. A imagem do Senhor de Chalma está localizada na vila de Chalma do município mexicano de Chalma, 11 km ao leste de Malinalco, na estrada s/n e a 45 km da cidade de Toluca.

As principais atividades religiosas que são realizadas são a peregrinação a pé e as danças tradicionais oferecidas ao Senhor de Chalma, este último sendo conhecido mais da população.


​Caminhos à Chalma


No dia 12 de dezembro de 2012 às 15 horas o grupo de pesquisa saiu da cidade do México em direção  ao Santuário do Senhor Bom Jesus de Chalma, também no México. Após 3 horas de viagem, uma grande surpresa para as bolsistas Aila Canto e Val Cândido, e o orientador José Cláudio, onde duas salas de milagres foram documentadas no respectivo dia, com uma adversidade, visto que o santuário fecharia às 18 horas e a chegada do grupo foi às 17 h. A primeira encontrava-se fechada, porém, foi fotografada e filmada através dos gradis que a protegiam, Tamatas, bilhetes e cartas ex-votivas e imagens fotográficas foram registradas nessa primeira parada.  A segunda sala encontrava-se da mesma forma, fechada, e foi registrada a partir do mesmo processo, filmagem e fotografação, onde uma grande tipologia ex-votiva foi observada. Desde os mais tradicionais reatábulos mexicanos (tábuas votivas), imagens fotográficas, imagens sacras, crucifixos esculpidos em materiais diversos, dentre tantas outras tipologias do rico acervo ex-votivo de Chalma. 


Ex-votos de Chalma

No santuário do Senhor de Chalma, os ex-votos estão “desobrigados” em duas salas de milagres. A primeira, bem menor, e que serve também como velário, está no corredor direito da igreja, num nicho  Nele, ex-votos em tipologia que varia entre milagritos a fotos e cartas. Estão organizados aleatoriamente num mural.

A segunda sala, a principal, em formato retangular, fica nos fundos da igreja, numa lateral do santuário. De tamanho também pequeno, mas em dimensões maiores que a primeira sala, esse ambiente possui três portas arqueadas frontais, com gradis, e uma porta de madeira ao lado. Os ex-votos estão dispostos aleatoriamente, em paredes, teto e chão.

​Primeira sala de milagres

​Sala de milagres principal

EX-VOTOS DO SENHOR BOM JESUS DE CHALMA

​ICONOGRAFIA E PERCEPÇÃO VISUAL 1: PINTURA

Ex-voto pictórico – Chalma

Ex-voto confeccionado em madeira fina, emoldurada, com borda em madeira na tonalidade azul, onde se percebe o processo de desgaste.
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A configuração é dividida em duas partes: à direita, o discurso, que traz “El dia 8 de febrero de 1949, entramos ala penitenciaria por uma vil calumnia sin esperanzas de salir libres y solo por el Milagro tan grande del Señor de Chalma, recobramos nuestra libertad. Luis Andonaegui / Porfiria F. de Andonaegui / Moisés Andonaegui“ e à esquerda, a cena, na qual se observam três planos. 

Para uma análise imagética:

Quadros, linhas e pontos trabalhados no ex-voto

A composição se mostra fria, e é realizada a partir de um fundo branco, do qual são criados dois planos apresentados sob textura lisa. À esquerda do observador se encontra a composição imagética, e à direita a legenda. Na imagem, observamos quatro pontos primários que se alongam, o primeiro está localizado ao centro do plano e é representado por Cristo morto e crucificado, de carnação branca, longos cabelos pretos, perizônio branco, coroa em tonalidade amarela, cujo ponto se alonga em linha verticalmente até o fim da haste da cruz que está sobre um pilar. A partir da sua posição com os braços abertos pregados na cruz é possível notar a formação de um triângulo invertido, revelando instabilidade. Este ponto é ladeado por duas linhas que se apresentam por meio de arranjos de elementos fitomorfos postos em ânforas sobre pilares. Os três outros pontos são semelhantes, se encontram na parte inferior do plano, todos eles se estendem em linhas retas que se desdobram em “T”, ligados por uma linha horizontal contínua e representam fiéis ajoelhados de frente para o primeiro ponto e consequentemente de costas para o espectador. Tais pontos são de carnação bege e cabelos pretos, e em sentido anti-horário, respectivamente, uma mulher, um menino e um homem adulto e formam uma linha hachurada. A estrutura à direita do observador traz o verbete em letras cursivas e tinta preta, relatando o milagre, finalizado com o seguimento de três nomes de uma mesma família. Estabelecendo uma ligação com a legenda é possível notar que os três pontos em sequência são a representação de uma família composta pelos pais e seu filho. Podemos até dizer de uma possível mensagem subliminar que nos conduz à Santíssima Trindade.

Observação: A tinta que reveste a moldura de madeira se apresenta desgastada.



Retábulo ex-votivo, confeccionado em madeira fina, completamente pintada, dividido em dois momentos: a direita se observa a construção pictórica, com o plano central mostrando o Cristo crucificado, com  resplendor na região do transepto, com haste sobre nuvem; abaixo, à direita se observa o Santuário de Chalma, e à esquerda construções arquitetônicas, tendo ao fundo montanhas e o céu em tonalidade azul. No segundo momento, à esquerda do quadro, fundo em tonalidade azul escuro com a apresentação da epigrafia, em tons brancos, em louvor por uma graça alcançada: “Santisimo Señor. De. Chalma Gracias Por El. Milagro Recebido Fam. Rojas. Sanchez”.

Tradução: Santíssimo Senhor de Chalma obrigada por milagre recebido Família Rojas Sanchez. 

Observação: O retábulo é um agradecimento de uma família e não de um fiel.


Ex-voto pictórico – Chalma

Tábua ex-votiva em forma de quadro fixado em uma parede com efeito marmorizado; objeto com moldura em madeira, com danificação na parte superior esquerda e apresentando desgaste na pintura. A cena é retratada em um cárcere escuro com graduações cinza. Do lado esquerdo se vê um gradil preto e ao direito dois presidiários, de carnação branca, com traje padrão: calças pretas e camisas azuis escuro, ambos se encontram ajoelhados em posição de oração diante da imagem de N. Sr. de Chalma ladeado por ânforas com arranjos fitomorfos. 

A imagem retrata o Cristo crucificado, em cruz latina, e pendido para o lado direito, com o pé esquerdo cravejado sobre o direito, joelhos flexionados, vestindo perizônio branco até a altura do abdômen, cabelos longos e barba em tonalidade marrom, possuindo chagas nos pés, joelhos, lado esquerdo do tórax e nas mãos; acima do crucifixo se vê a inscrição INRI.

Na parte inferior se encontra a legenda: “Sr Arnulf Moreno.y Severo Calderon Garcia.Estando  Presos y Sentensiados a Fusilarlos Se Encomendaron al Sr.[…]halma y les Salvo la Vida.y Dan Gracias co el presente.”


Ex-voto pictórico – Chalma

À direita, encontra-se a figura de Nossa Senhora de Guadalupe sobre a construção pictórica de nuvens, onde se nota a presença de um querubim de carnação em tonalidade marrom, com vestes vermelhas, apresentando asas com bordas em tonalidade idênticas a das vestes, expondo braços e mãos em posição de aclamação; acima do querubim está situada a imagem de Nossa Senhora com as mãos em posição de oração e cabeça voltada para a figura do acamado ao centro, de carnação em tonalidade marrom, vestida por uma sobrepeliz branca, alva de tonalidade vermelha onde se sobrepõe uma túnica em tonalidade verde escura no verso, com orlas de tonalidade marrom, e anverso de tom verde claro. A imagem central representa o fiel, de carnação em tonalidade marrom, com cabelos pretos, sem vestes na parte superior, com as mãos postas sobre o pano que cobre seu corpo, prostrado sobre uma cama de formas semelhantes às do leito de um hospital, acima do que possivelmente seria um tapete na tonalidade marrom claro, com o colchão em tonalidade azul e coberto por um pano aparentando um lençol branco; acima do devoto, se identifica o ícone de Cristo, sombreado em tonalidade marrom mais escura do que a da cruz latina em que está posto, e na ponteira superior da haste se nota uma placa em tonalidade amarela sem descrição, de onde divergem feixes de luz na tonalidade amarela, ladeados por duas estrelas em tonalidade amarela com pontos de luz que representam seu brilho.

Texto escrito à mão, com caligrafia em bastão, tinta preta, com a seguinte narrativa: “GRACIAS DIOS MIO POR… PROTEGERNOS / DONDE HAY FE, HAY AMOR. DONDE HAY AMOR, HAY PAZ. DONDE HAY PAZ, ESTA DIOS. DONDE ESTA DIOS, NO FALTA NADA. / GRACIAS MADRE MIA POR CUIDAR DE MI PADRE Y DE MI HERMANO DEL TRAJICO AXIDENTE QUE SUFRIERON EL PASADO 19-01-09, GRACIAS POR CUBRIRLOS CON TU MANTO Y LUZ DIVINA / Gracias a nuestro señor de chalma por llenarnos de bendiciones, a nuestra madre santísima María de Guadalupe y a todos los santos que llenarón de luz y bendiciones para que mi padre despertara, bien, pronto y en su recuperación, que hoyesta aqui para darte las gracias. / = familia García López = ”

Imagem numa perspectiva da percepção visual – pintura

Em termos de percepção visual, com grau de análise voltado à semiótica da imagem, pode-se afirmar que o ponto à esquerda do observador representa Cristo, por meio do busto voltado para a direita, de carnação bege, cabelos na altura dos ombros e barba espessa ambos em tonalidade marrom, olhos azuis direcionados à cruz no centro, vestido por alva em tonalidade amarela coberto com manta vermelha envolta pelo ombro direito.

O ponto central é representado pelo enfermo deitado sobre um leito de hospital, que de acordo com a legenda escrita pelo fiel, faz referência ao pai do mesmo. O acamado de carnação bege, cabelos curtos e castanhos, estando coberto por um lençol branco até a altura das axilas não apresenta vestes visíveis. O ponto localizado à direita retrata a Virgem de Guadalupe, de pé sobre peanha com as mãos em posição de oração e corpo reclinado à esquerda com cabeça pendendo para baixo com olhar direcionado ao enfermo. As vestes da santa estão configuradas como de praxe em tonalidades verde e vermelha.

Observando os três pontos, se percebe a tentativa de manteneção do equilíbrio entre os dois pontos laterais, visto que ambos foram postos sobre ondulações que formam nuvens, olhares voltados para o centro sendo o primeiro para a parte superior e o segundo para a parte inferior e vestes em tonalidade vermelha.


Ex-voto pictórico – Chalma

Ex-voto pictórico em papel sobre tábua retangular côncava aparentemente sem qualquer tipo de aplicação de substância colorante, constituído por imagens e escrita em demonstração de agradecimento ao Senhor Bom Jesus de Chalma.

No canto inferior esquerdo foi posto em anexo sobre a tela uma foto de proporção 3x4cm do busto de uma criança posicionada diante de uma parede em tonalidade azul, aparentemente de carnação branca, vestindo camisa branca e casaco vermelho e usando boné preto com ícone branco não identificado.

A pintura retrata uma paisagem natural, integrada por diversos elementos fitomorfos, tais como os montes ao fundo no canto superior esquerdo, que estão em tonalidade verde claro com algumas áreas em tonalidade verde escura, aparentando áreas cobertas por vegetação; quatro árvores com folhagem verde escura e graduações em outras tonalidades de verde, e tronco em tonalidade marrom escuro, alinhadas paralelamente a uma estrada em tonalidade cinza que se encontra ladeada pelo que aparenta ser uma vegetação em tonalidade vermelha com graduações brancas; a estrada apresenta grande inclinação, de forma que se faz possível perceber que a mesma foi construída sobre de uma colina e desde a parte mais elevada se nota a presença de marcas dos dois pneus que se estendem até onde está disposta transversalmente uma caminhonete verde com cabine simples onde se observa a existência de três figuras, além das três outras pessoas, ambas aparentado ser do sexo masculino, usando chapéu e sendo de carnação branca, estando sentados lado a lado na carroceria do automóvel: o primeiro na esquerda com camisa em tom creme, o do meio usando camisa em tonalidade amarela e calça em tonalidade azul, o ultimo na direita usando camisa em tonalidade amarela e calça em tonalidade rosa claro. Do lado direito da estrada, detrás da vegetação que ladeia a via, a representação de uma camada de vegetação mais densa em tons de verde claro e escuro, seguida por uma porção em tonalidades variadas de azul escuro, podendo ser um cursor de águas, seguido de mais vegetação em tonalidade verde. No canto superior direito, há uma formação de nuvens brancas, de onde é possível ver apenas a face do Senhor de Chalma de carnação branca e cabelos pretos um pouco acima da altura do queixo, a observar o veículo.

Abaixo, a legenda que diz:

“ LE DAMOS GRAACIAS A DIOS NUESTRO SEÑOR DE CHALMA POR HABERNOS SALVADO LA VIDA EL DIA 8 DE MARZO DE 1957, CUANDO LA CARCACHA EM QUE VIAJABAMOS SE LE QUEMARON LOS FRENOS Y FUE CUANDO INVOCAMOS AL SEÑOR QUE NOS SALVO DE UMA MUERTE SEGURA CERCA DE LAS LOMAS DE ATZINGO EM CUERNAVACA, MORELOS. ”


Ex-voto pictórico – Chalma
Ex-voto pictórico representado em madeira fina completamente pintada, se apresentando em processo de desgaste, datado de 1938. O objeto se configura em três planos que dialogam numa narrativa composta por imagens e legenda, aparentando uma sobreposição entre eles de forma que a legenda posta em um fundo branco sirva de suporte para a primeira imagem que constitui o recorte de uma cena, dando espaço à segunda imagem, que se encontra à direita do espectador, sendo um plano de interseção entre os outros dois. A legenda disposta em forma de agradecimento ao Senhor de Chalma, enuncia:Ex-voto pictórico – Chalma

“Dedico el Presente em accion de Gracias al Sr. de chalma. Por haberme encomendado a él que me sacara com bien de una Operación muy Delicada que fue practicada por los Doctores José Hoyo Monte. y C. Zavala. El Dia 11 de Marzo- 1938. en la Ciudad De Mexico,  D.F. / Enriqueta Vega. / Toriz.” (sic)

A cena, centralizada, retrata um amplo ambiente, com paredes em tonalidade azul claro e o piso revestido em tonalidade amarela. A porta e a mobília, dois utensílios semelhantes a estantes, em material branco, sendo que os móveis apresentam elementos que possuem a aparência de vitrais, ambas sustentando dois artefatos brancos, cada. No centro, uma luminária em tonalidade azul escuro divergindo a iluminação sobre a figura de um indivíduo de carnação em tonalidade creme e cabelos em tonalidade marrom, aparentemente do sexo feminino, prostrado acima de uma mesa cirúrgica, com o corpo coberto por um pano branco; pés com calçados pretos com detalhes em tonalidade creme. O personagem enfermo está ladeado por dois indivíduos dispostos de pé, de carnação em tonalidade rosada, usando vestes brancas específicas para procedimentos cirúrgicos, sendo que o da esquerda da figura está vestindo, por baixo do jaleco, calça azul escura, luvas e sapatos pretos, e o da direita está vestindo calça em tonalidade marrom claro e sapatos pretos, ambos com touca e máscara cirúrgica brancas. 

O primeiro plano é evidenciado pela imagem do Cristo morto, em carnação branca, vestindo um perizônio em tonalidade vermelha clara e graduações em tonalidade laranja, orla em tonalidade laranja e cógula com tonalidades idênticas, seguindo a configuração dos tons expostos no perizônio, possuindo cabelos longos em tonalidade marrom escuro, e barba na mesma tonalidade, a cabeça pendendo para o lado direito, sustentando uma coroa branca estilizada, crucificado em cruz latina com ponteiras brancas; na parte superior da haste a inscrição INRI. 

Imagem numa perspectiva da percepção visual – pintura

Trata-se uma composição pictórica “fria”, configurada em três planos dos quais dois se apresentam por imagens e um por um pequeno texto. O primeiro plano se dá na parte inferior e lateral esquerda e é representado por uma textura lisa, em tonalidade aparentando branco com incidência de desgaste em algumas áreas.

O segundo plano se forma na lateral direita com um ponto que se alonga verticalmente para baixo em uma linha, representando instabilidade por estar situada dentro de um triângulo invertido.

O ponto representa o Cristo crucificado e morto em cruz marrom, de carnação branca, vestindo perizônio e cógula vermelhos orlados em laranja, cabelos longos castanhos e tiara branca com a cabeça pendendo para a própria direita, envolto por nuvens que caracterizam a textura ondulada.


Ex-voto pictórico – Chalma

Quadro pictórico, confeccionado em madeira policromada, com bordas amareladas e plano de fundo branco. Datado de 1969. Apresenta desgastes,

A composição apresenta dois planos verticais. O plano abaixo traz o verbete, o plano superior mostra, em linha horizontal as figuras humanas. A direita do observador se vê a imagem de Nosso Senhor de Chalma crucificado, repleto de luminosidade, em cruz latina. No centro se nota uma cama de madeira com lençol e travesseiro na tonalidade acinzentada. 

Nesse leito, um homem, de carnação branca, bigode e cabelos pretos, vestindo camisa cinza escuro, se encontra em decúbito lateral, envolto em coberta branca até a região abdominal; o braço direito parcialmente descoberto, e o braço esquerdo está flexionado, porém, a mão está adentrando a região do peito; se vê que a face está parcialmente imobilizada com atadura branca.

À direita do homem se nota uma mulher, de carnação branca e cabelos pretos, trajando um vestido cinza claro e cobertor marrom sobre o ombro esquerdo; ela se encontra sentada com os braços apoiados ao ventre; o braço direito e o pescoço imobilizados por uma faixa branca.

A legenda apresenta a descrição da cena: “Doy Gracias AL Sr. de Chalma por Haber Recuperado mi Salud Del tan Grave Accidedente Familiar Rafael y Rosa Peñaloza Flores Por no querer tomar….una copa con mis cuñados me Golnearon ami a y a mi hermana Maio1969” (sic).


Ex-voto pictórico – Chalma

Ex-voto pictórico emoldurado, com bordas de madeira, apresentando desgastes que comprometem parcialmente a representação e o verbete na parte inferior. A esquerda do observador, a cena apresenta paisagem serena, céu com graduações em azul e cinza fazendo alusão ao por do sol. No centro do retábulo, se nota uma peanha em tonalidade azul claro, dando suporte à imagem de Nosso Senhor de Chalma, em ascensão, fixado em cruz latina, possuindo ponteiras e inscrição no tom branco. Abaixo do Cristo crucificado, à esquerda do observador, se nota possíveis construções arquitetônicas, em destaque a igreja do Nosso Senhor de Chalma. À direita do observador se vê dois homens de carnação branca, calçando meias brancas e sapatos pretos; ambos com o apoio de bengalas nas mãos direitas.O que difere entre ambos é o modelo da vestimenta; o primeiro homem veste calça azul clara e camisa branca, com sobreposição de manga longa em azul mais escuro. O segundo homem, trajando calça preta, camisa branca, gravata e sobreposição de manga longa na tonalidade preta.


Ex-voto pictórico – Chalma

Quadro pictórico apresentando desgastes na pintura, criado em Junho de 1960. A narrativa apresenta dois planos: A esquerda do observador se nota a tradicional imagem de Nosso Senhor de Chalma, de carnação branca, cabelo e barba preenchidos e em tonalidade escura; cabeça pendida à direita; corpo fixado em cruz romana; tronco parcialmente despido, vestindo apenas o perizônio de tonalidade vermelha e branca, atado na cintura, porém se estendendo na lateral esquerda até a região do calcanhar. O Crucificado está ladeado por dois arranjos de flores, em vasos cujos elementos fitomorfos graduados em tons de verde; ao centro se nota a peanha de base quadrada, que proporciona alusão de apoio e maior visibilidade do Crucificado em ascensão. À esquerda do Padroeiro se encontra um leito marrom na diagonal; uma mulher de cabelos pretos, repousando de decúbito dorsal, usando travesseiro branco, envolta por um cobertor em tonalidade mesclada em amarelo e branco, aludindo a possíveis movimentos; na sequência a suplicante evidencia a carnação branca e cabelos compridos, permitindo visibilidade a veste azul e sapato marrom; subindo degraus de joelhos, levando uma vela acesa na mão direita, fazendo menção a gratidão pela graça alcançada. A direita do observador tem a seguinte epigrafia: “¡ESTE RETABLO AL SR. DE CHALMA DOY GRACIAS INFINITAS POR VERME MANDADO MI ALIVIO DESPUES DE DOS MESES DE CAMA A CAUSA DE UMA FUERTE HEMORRAGIA FECHA JUNIO. DE 1960.

GRACIAS TE DOY DIOS MIO!

TERSA PADRÓN.

MEX” (sic).


Fotos registradas pela pesquisadora mexicana Elin Luque.